quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Salve o periquito!


Voltar pra casa depois de um dia cansativo é muito bom, se tiver emoção então... oh! Hoje vivi um desses dias emocionantes. Logo de manhã minha mãe me liga dizendo que bateu o carro e que precisava de mim. Depois de algumas horas cheguei pra trabalhar na parte da tarde, então teria que ficar além do meu horário, nada mais justo. Explicado isso vamos ao que interessa.

Na ida não abasteci para não perder tempo e chegar mais rápido, como se 5, 10 minutos fossem fazer grande diferença pra quem já estava “atrasada” 5 horas. Na volta tudo muito bom até sair do estacionamento e ver que a chuva que ainda estava sendo anunciada pelos raios e trovões já havia causado um grande estrago. Ah, é um engarrafamentozinho só aqui na saída, logo passa. Passa, passa sim... passa o tempo e nada. Não sei de onde saiu tanto carro de uma vez só. Olhava para o ponteiro do combustível e tava lá ainda firme e forte. As pessoas pedindo passagem e eu, como sempre, deixando. O que um carro a mais na minha frente vai fazer diferença? Nenhuma. E foi carro e mais carro, o tempo passando, o ponteiro baixando, a chuva chegando, a paciência ficando curta... Na metade do caminho mal conseguia ver o ponteiro, o desespero já começava a tomar conta. Era só uma questão de tempo para o combustível acabar e me deixar na mão no meio da rua. Os motoristas ainda pedindo passagem e eu deixando, mas dessa vez já com o seguinte pensamento: entra logo filha da puta, já estou fodida mesmo! Já não dava pra voltar e ir ao posto, agora era seguir com o coração na mão (pra não dizer outra coisa) e ver até que ponto da estrada chegava.
E era um misto de raiva e desespero tão grande... Raiva porque os carros estavam cortando loucamente pelo acostamento, estradas alternativas e a besta lá na fila do engarrafamento. Tratei logo de desligar o telefone pra economizar bateria, sim a bateria estava no fim. E a agonia seguiu por um bom tempo. Meu oásis era o balão do periquito, se conseguisse chegar até lá estaria salva, a descida ajudaria na banguela e pronto, estaria em casa. Pra quem não conhece vou explicar, é um balão com um monumento muito importante que orgulha e muito os moradores do Gama, é quase um ponto turístico, uma obra de arte moderníssima: um periquito com uma bola no rabo representando o ilustre time de futebol da cidade, conceituadíssimo por sinal. Se por um acaso você estiver duvidando, dê uma olhadinha na foto do começo e comprove a magnitude desse monumento, é simplesmente espetacular!

Pois bem, quando pensei estar a salvo com o trânsito fluindo e me aproximando do balão percebo a velocidade dos carros diminuir e entrar em outra porcaria de engarrafamento. Nessa hora minha paciência foi pro espaço e me transformei em outra pessoa. As pessoas pediam passagem e eu acelerava para não deixar, colava na traseira dos carros loucamente para não correr o risco de passarem na minha frente. Já tinha perdido mesmo a urbanidade então resolvi cortar todo mundo pelo acostamento, minha única chance era chegar ao balão e nisso estava empenhada. Quem atravessasse na frente seria atropelado, não importando ser criança, idoso, deficiente ou animais indefesos, passaria por cima mesmo. Até parece mesmo. Quem estiver lendo finge que acredita aí e me deixa exagerar.

Finalmente consegui chegar ao balão e tudo passou, toda a angústia, desespero, raiva. Como era bom ver o velho e bom periquito com a bola no rabo, nem um orgasmo seria tão compensador naquele momento, só o bom e velho periquito, sorrindo pra mim e parecendo dizer: você está em casa, pode descansar!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Ato contínuo - o "não" veio a galope.

E então o “não” veio e foi a galope. Sim, agora há um “não” e como ficar com raiva de um “não” dito de uma forma tão singela? impossível. O fato é que uma boca daquela não deveria dizer “não” nunca, pelo menos não pra mim, deveria ser só “sim”, “sim”, “sim”, no máximo “sim, de rocha!”. O bom nisso é que, pelo menos dessa vez, não me acovardei, pelo menos tentei. Foi uma tentativa frustrada, mas tentei. O “não” hoje não foi dito por mim e é isso o que me importa, hoje eu me disse “sim” e paguei pra ver.
E olha como nem tudo está perdido, uma porta se fecha e uma janela é aberta ou algo do tipo. Hoje pela manhã ao ir alegre e satisfeita fazer a manutenção na minha “colheita feliz” dou de cara com uma solicitação de amizade com a seguinte frase: você quer receber o meu curriculum para análise? O sorriso foi de um canto ao outro, tomando conta de todo o rosto. Que coisa maravilhosa ver uma cantada logo pela manhã. Aceitei a solicitação e fui verificar a oferta que me foi feita. Olha uma, duas, três fotos, o sorriso já amarelo, a cara de descrença na vida, a perca da fé... não, eu não cuspi na cruz, eu me masturbei na frente da cruz enquanto Jesus era pregado e açoitado e ainda devo ter passado a mão na bunda da mãe dele. É cada coisa que me aparece que só pode ser isso ou macumba pesada mesmo. Quando digo que gosto de mulheres é verdade, gosto de mulheres, mas mulheres mulheres, não me mande homens vestidos de mulheres, por favor. Se for assim me mande logo uma chuva de homens, mas mulheres travestidas não. Não duvido que tenha um bom coração ou bom gosto para as coisas da vida, disso não duvido mesmo, mas então que venha como amiga e não com terceiras intenções e não dê em cima de mim porque não tenho força nem para falar não, só vou me fingir de besta. Detalhe importante: ela é bombeira e pelo visto desempenha muito bem a sua função, não precisou de muita coisa para me esfriar completamente. Pois então que vá apagar o fogo do diabo que é imortal. Revoltei!

"Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer"

O pior é a sensação de desistir antes de tentar. Sempre fui mestre nisso, abandonar as coisas no meio por medo do fracasso. Realmente meus testes tinham razão: não sou boa em administrar frustrações. Talvez eu não esteja acostumada a ouvir “não” e me engane como venho me enganado esse tempo todo, achando que sou madura suficiente para determinado tipo de coisa. Se enganar é bom, não causa tantos danos quanto causaria ao se encarar quem realmente é. Aliás, sempre tive medo de me encarar e descobrir em mim o que mais detesto nos outros. Me apavora a simples possibilidade de ser uma farsa, da minha virtude ser, na verdade, falta de oportunidade, mas não vou cutucar isso agora, deixa pra uma hora mais apropriada, não quero lidar com isso, não tão cedo. Voltando à questão do “não”... nem é o caso, nem levei “não” algum e já estou a ponto de jogar a toalha, mais uma vez. Penso, penso, penso e desisto. Me preservo tanto em algumas coisas, coisas totalmente desnecessárias e em tantas outras situações me lanço de cabeça num abismo, sabendo que é um abismo e agora esse medo bobo de levar um “não”. Francamente, me decepciono muito comigo. "Sou eu, aliada a mim mesma, contra mim. Sempre ali, me puxando o tapete, me puxando o tapete..."

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Tédio coisa nenhuma.

A criatividade humana não tem limites. Acabo de ver a sinopse de um filme gay que me deixou completamente extasiada. Como pude viver até hoje sem ver esse filme? Não sei, não sei. Vou postar aqui a sinopse dessa maravilhosa obra da sétima arte. Um filme que certamente vai emocionar os tarados de plantão.


Na Alemanha nazista, no período que antecedeu a guerra, Max (Clive Owen), um gay, é enviado para o campo de concentração de Dachau. Ele tenta esconder sua homossexualidade usando uma estrela amarela, que era a forma de identificar judeus, em vez do triângulo rosa usado para "marcar" os homossexuais. No campo se apaixona por Horst (Lothaire Blutheau), um prisioneiro homossexual que usa com orgulho seu triângulo rosa.

Não posso deixar de comentar esse trecho: ain, como eu sou corajosa! Pode vir quente Hitler que eu estou é fervendo, Mona.