quinta-feira, 22 de abril de 2010

Vírus europeu chega ao Brasil.

Uns dizem que o vírus é africano, outros que é europeu, mas tenho pra mim que é brasileiro e sofreu mutação na Europa. Ainda não há vacina disponível no mercado, mas quem presenciou a agonia de um infectado teme pegar o vírus, ou seria ser pego? Enfim, o que importa é o vírus da gripe chegou “de com força”, deixou na sua hospedeira muita dor no corpo, gemidos seguidos de calafrios e uma suadeira sem tamanho. Quem estava próximo também não conseguiu dormir, era tanto sofrimento daquela pobre criatura, tanto sofrimento... nem morria e nem deixava os outros dormirem. E haja assunto pra tentar esquecer o que se ouvia. Silêncio e a gripe ataca de novo e de novo. – Que inferno, mulé! – e nada da gripe dar trégua. Depois de horas acompanhando, mesmo que sem querer, o sofrimento da vítima (aham, vítima, me engana que eu detesto!) os afetados indiretamente finalmente conseguem dormir e paira a dúvida: será que a doente amanhecerá viva? Viva e bem disposta e pronta pra outra. Ah, essa juventude tem um sistema imunológico invejável.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Salve o periquito!


Voltar pra casa depois de um dia cansativo é muito bom, se tiver emoção então... oh! Hoje vivi um desses dias emocionantes. Logo de manhã minha mãe me liga dizendo que bateu o carro e que precisava de mim. Depois de algumas horas cheguei pra trabalhar na parte da tarde, então teria que ficar além do meu horário, nada mais justo. Explicado isso vamos ao que interessa.

Na ida não abasteci para não perder tempo e chegar mais rápido, como se 5, 10 minutos fossem fazer grande diferença pra quem já estava “atrasada” 5 horas. Na volta tudo muito bom até sair do estacionamento e ver que a chuva que ainda estava sendo anunciada pelos raios e trovões já havia causado um grande estrago. Ah, é um engarrafamentozinho só aqui na saída, logo passa. Passa, passa sim... passa o tempo e nada. Não sei de onde saiu tanto carro de uma vez só. Olhava para o ponteiro do combustível e tava lá ainda firme e forte. As pessoas pedindo passagem e eu, como sempre, deixando. O que um carro a mais na minha frente vai fazer diferença? Nenhuma. E foi carro e mais carro, o tempo passando, o ponteiro baixando, a chuva chegando, a paciência ficando curta... Na metade do caminho mal conseguia ver o ponteiro, o desespero já começava a tomar conta. Era só uma questão de tempo para o combustível acabar e me deixar na mão no meio da rua. Os motoristas ainda pedindo passagem e eu deixando, mas dessa vez já com o seguinte pensamento: entra logo filha da puta, já estou fodida mesmo! Já não dava pra voltar e ir ao posto, agora era seguir com o coração na mão (pra não dizer outra coisa) e ver até que ponto da estrada chegava.
E era um misto de raiva e desespero tão grande... Raiva porque os carros estavam cortando loucamente pelo acostamento, estradas alternativas e a besta lá na fila do engarrafamento. Tratei logo de desligar o telefone pra economizar bateria, sim a bateria estava no fim. E a agonia seguiu por um bom tempo. Meu oásis era o balão do periquito, se conseguisse chegar até lá estaria salva, a descida ajudaria na banguela e pronto, estaria em casa. Pra quem não conhece vou explicar, é um balão com um monumento muito importante que orgulha e muito os moradores do Gama, é quase um ponto turístico, uma obra de arte moderníssima: um periquito com uma bola no rabo representando o ilustre time de futebol da cidade, conceituadíssimo por sinal. Se por um acaso você estiver duvidando, dê uma olhadinha na foto do começo e comprove a magnitude desse monumento, é simplesmente espetacular!

Pois bem, quando pensei estar a salvo com o trânsito fluindo e me aproximando do balão percebo a velocidade dos carros diminuir e entrar em outra porcaria de engarrafamento. Nessa hora minha paciência foi pro espaço e me transformei em outra pessoa. As pessoas pediam passagem e eu acelerava para não deixar, colava na traseira dos carros loucamente para não correr o risco de passarem na minha frente. Já tinha perdido mesmo a urbanidade então resolvi cortar todo mundo pelo acostamento, minha única chance era chegar ao balão e nisso estava empenhada. Quem atravessasse na frente seria atropelado, não importando ser criança, idoso, deficiente ou animais indefesos, passaria por cima mesmo. Até parece mesmo. Quem estiver lendo finge que acredita aí e me deixa exagerar.

Finalmente consegui chegar ao balão e tudo passou, toda a angústia, desespero, raiva. Como era bom ver o velho e bom periquito com a bola no rabo, nem um orgasmo seria tão compensador naquele momento, só o bom e velho periquito, sorrindo pra mim e parecendo dizer: você está em casa, pode descansar!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Ato contínuo - o "não" veio a galope.

E então o “não” veio e foi a galope. Sim, agora há um “não” e como ficar com raiva de um “não” dito de uma forma tão singela? impossível. O fato é que uma boca daquela não deveria dizer “não” nunca, pelo menos não pra mim, deveria ser só “sim”, “sim”, “sim”, no máximo “sim, de rocha!”. O bom nisso é que, pelo menos dessa vez, não me acovardei, pelo menos tentei. Foi uma tentativa frustrada, mas tentei. O “não” hoje não foi dito por mim e é isso o que me importa, hoje eu me disse “sim” e paguei pra ver.
E olha como nem tudo está perdido, uma porta se fecha e uma janela é aberta ou algo do tipo. Hoje pela manhã ao ir alegre e satisfeita fazer a manutenção na minha “colheita feliz” dou de cara com uma solicitação de amizade com a seguinte frase: você quer receber o meu curriculum para análise? O sorriso foi de um canto ao outro, tomando conta de todo o rosto. Que coisa maravilhosa ver uma cantada logo pela manhã. Aceitei a solicitação e fui verificar a oferta que me foi feita. Olha uma, duas, três fotos, o sorriso já amarelo, a cara de descrença na vida, a perca da fé... não, eu não cuspi na cruz, eu me masturbei na frente da cruz enquanto Jesus era pregado e açoitado e ainda devo ter passado a mão na bunda da mãe dele. É cada coisa que me aparece que só pode ser isso ou macumba pesada mesmo. Quando digo que gosto de mulheres é verdade, gosto de mulheres, mas mulheres mulheres, não me mande homens vestidos de mulheres, por favor. Se for assim me mande logo uma chuva de homens, mas mulheres travestidas não. Não duvido que tenha um bom coração ou bom gosto para as coisas da vida, disso não duvido mesmo, mas então que venha como amiga e não com terceiras intenções e não dê em cima de mim porque não tenho força nem para falar não, só vou me fingir de besta. Detalhe importante: ela é bombeira e pelo visto desempenha muito bem a sua função, não precisou de muita coisa para me esfriar completamente. Pois então que vá apagar o fogo do diabo que é imortal. Revoltei!

"Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer"

O pior é a sensação de desistir antes de tentar. Sempre fui mestre nisso, abandonar as coisas no meio por medo do fracasso. Realmente meus testes tinham razão: não sou boa em administrar frustrações. Talvez eu não esteja acostumada a ouvir “não” e me engane como venho me enganado esse tempo todo, achando que sou madura suficiente para determinado tipo de coisa. Se enganar é bom, não causa tantos danos quanto causaria ao se encarar quem realmente é. Aliás, sempre tive medo de me encarar e descobrir em mim o que mais detesto nos outros. Me apavora a simples possibilidade de ser uma farsa, da minha virtude ser, na verdade, falta de oportunidade, mas não vou cutucar isso agora, deixa pra uma hora mais apropriada, não quero lidar com isso, não tão cedo. Voltando à questão do “não”... nem é o caso, nem levei “não” algum e já estou a ponto de jogar a toalha, mais uma vez. Penso, penso, penso e desisto. Me preservo tanto em algumas coisas, coisas totalmente desnecessárias e em tantas outras situações me lanço de cabeça num abismo, sabendo que é um abismo e agora esse medo bobo de levar um “não”. Francamente, me decepciono muito comigo. "Sou eu, aliada a mim mesma, contra mim. Sempre ali, me puxando o tapete, me puxando o tapete..."

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Tédio coisa nenhuma.

A criatividade humana não tem limites. Acabo de ver a sinopse de um filme gay que me deixou completamente extasiada. Como pude viver até hoje sem ver esse filme? Não sei, não sei. Vou postar aqui a sinopse dessa maravilhosa obra da sétima arte. Um filme que certamente vai emocionar os tarados de plantão.


Na Alemanha nazista, no período que antecedeu a guerra, Max (Clive Owen), um gay, é enviado para o campo de concentração de Dachau. Ele tenta esconder sua homossexualidade usando uma estrela amarela, que era a forma de identificar judeus, em vez do triângulo rosa usado para "marcar" os homossexuais. No campo se apaixona por Horst (Lothaire Blutheau), um prisioneiro homossexual que usa com orgulho seu triângulo rosa.

Não posso deixar de comentar esse trecho: ain, como eu sou corajosa! Pode vir quente Hitler que eu estou é fervendo, Mona.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

"Dou risada de um grande amor. Mentira!"

"Senhora do orgulho das serpentes
Me iludiu mostrou os dentes
Fez de mim um festival
Foi ela que invadiu meu endereço
Fez um fogo no começo
Fez um drama no final"

domingo, 17 de janeiro de 2010

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Aula de dança já!

Dúvidas existenciais sempre existem. Eu sei que ficou feio "existenciais", "existem", mas sempre existem mesmo. Ontem uma me chamou atenção e realmente não sei como pude viver até hoje sem saber essa resposta.
- Queria tanto saber se a Madonna é boa de cama. Não posso morrer sem saber disso! – fiz cara de espanto. Que outra cara caberia naquele momento?
- Que diferença isso vai fazer na sua vida? O que importa se a Madonna é boa de cama ou não? Sinto te falar isso mas você não vai pra cama com a Madonna.
- Eu sei, não tem diferença, mas uma mulher que rebola daquele jeito só pode ser boa de cama. - nesse momento comecei a pensar no que isso implicaria. Então quem não rebola não é boa de cama? Isso é um sério problema. Não, peraí, tá errado!
- Como assim, então quer dizer que quem rebola é boa de cama e quem não rebola é ruim?
- Você há de concordar que sexo é rebolar... – fala Cíntia olhando com aquela cara cínica.
- Não, não é rebolar, pode até ajudar, mas não. – me recusava de toda forma a aceitar tal possibilidade.
- Mas ajuda nos movimentos e tal... – fala Cíntia gesticulando com as mãos. Silêncio total! Não ousei falar mais nada. Pessoa com mais gingado para a dança que eu não existe.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Terceira idade transviada

É o fim dos tempos! Onde vamos parar? As senhoras de hoje em dia não são mais as mesmas. Hoje fiquei horas no banco (horas não, minutos, mas muitos minutos) e entre um acontecimento e outro vi uma velhinha falar para o caixa do nada em alto e bom som um “PORRA!”. Aliás, como me divirto nessas circunstâncias. Primeiro os comentários desconcertantes sobre as pessoas da fila e o esforço sobrenatural para não rir na cara delas. Ah sim, observar todo o charme de Cíntia posto em ação também é algo desconcertante. Havia uma hippie na fila e na fila havia uma hippie e toda hora era beber água, jogar papéis no lixo só para passar se exibindo, fazendo cara de fácil e se remexendo mais que cobra na areia quente. Tudo isso para ver a cara da moça que estava de costas. Eu bem que falei que parecia meio estranha, mas teimou comigo e quis ir ver de perto. Mas deixa a hippie pra lá...

No exato momento em que era a próxima da fila me aparece um homem que saiu não sei de onde e pede só para perguntar uma coisa (rapidinho) pro caixa. Tudo bem, uma pessoa a mais na minha frente não vai me atrasar tanto assim. Mas então eis que o painel em neon que carrego na cara começa a piscar em letras garrafais: TROUXA! E então vem outro homem, também saído das profundas e se posta na minha frente, como se nada tivesse acontecendo. Nesse momento comentei com Cíntia sobre a impressão que tinha de que havia esse letreiro em mim e certamente o rapaz ouviu porque veio se explicar dizendo que tava lá antes e que o caixa disse que ele não precisava pegar fila. Como em toda fila, além da trouxa (eu), tem uma barraqueira, a mulher de trás veio me questionar sobre o rapaz e repeti o que ele havia me dito. A mulher ficou resmungando e eu peguei o telefone para fingir que ia ligar para alguém e me afastar daquela situação. Coloquei o telefone no ouvido e Cíntia me perguntou depois de alguns segundos pra quem eu estava ligando, daí tirei o telefone do ouvido porque a mulher já tinha se calado e disse que não tava atendendo. E foi Deus que me fez tirar o telefone do ouvido porque alguns poucos segundos depois ele começou a tocar.

Voltando às velhinhas, na saída do banco havia uma velhinha que descaradamente ficou olhando para minha barriga. É por isso que eu digo que o mundo está perdido, as velhinhas de hoje em dia falam porra, ficam secando as moças na rua e dê graças a Deus de não ter recebido delas como despedida no ônibus um selinho.

Ele era um lobisomem juvenil

Meu Deus, ele rosna! Achei que já tinha visto de tudo ou ouvido de tudo da boca de Cíntia. Mas rosnar é demais. Se ainda fosse em algum lugar mais apropriado ou em uma situação mais íntima, vai saber né? vale tudo ou quase tudo, a razão é do freguês. Agora no meio da rua, querendo ser o charmoso, misterioso e temido aí já é demais mesmo. Imagino sua cara de “sexy” rangendo os dentes. Pior que para virar lobisomem falta pouco, ou será que para virar homem é que falta muito?