terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Terceira idade transviada

É o fim dos tempos! Onde vamos parar? As senhoras de hoje em dia não são mais as mesmas. Hoje fiquei horas no banco (horas não, minutos, mas muitos minutos) e entre um acontecimento e outro vi uma velhinha falar para o caixa do nada em alto e bom som um “PORRA!”. Aliás, como me divirto nessas circunstâncias. Primeiro os comentários desconcertantes sobre as pessoas da fila e o esforço sobrenatural para não rir na cara delas. Ah sim, observar todo o charme de Cíntia posto em ação também é algo desconcertante. Havia uma hippie na fila e na fila havia uma hippie e toda hora era beber água, jogar papéis no lixo só para passar se exibindo, fazendo cara de fácil e se remexendo mais que cobra na areia quente. Tudo isso para ver a cara da moça que estava de costas. Eu bem que falei que parecia meio estranha, mas teimou comigo e quis ir ver de perto. Mas deixa a hippie pra lá...

No exato momento em que era a próxima da fila me aparece um homem que saiu não sei de onde e pede só para perguntar uma coisa (rapidinho) pro caixa. Tudo bem, uma pessoa a mais na minha frente não vai me atrasar tanto assim. Mas então eis que o painel em neon que carrego na cara começa a piscar em letras garrafais: TROUXA! E então vem outro homem, também saído das profundas e se posta na minha frente, como se nada tivesse acontecendo. Nesse momento comentei com Cíntia sobre a impressão que tinha de que havia esse letreiro em mim e certamente o rapaz ouviu porque veio se explicar dizendo que tava lá antes e que o caixa disse que ele não precisava pegar fila. Como em toda fila, além da trouxa (eu), tem uma barraqueira, a mulher de trás veio me questionar sobre o rapaz e repeti o que ele havia me dito. A mulher ficou resmungando e eu peguei o telefone para fingir que ia ligar para alguém e me afastar daquela situação. Coloquei o telefone no ouvido e Cíntia me perguntou depois de alguns segundos pra quem eu estava ligando, daí tirei o telefone do ouvido porque a mulher já tinha se calado e disse que não tava atendendo. E foi Deus que me fez tirar o telefone do ouvido porque alguns poucos segundos depois ele começou a tocar.

Voltando às velhinhas, na saída do banco havia uma velhinha que descaradamente ficou olhando para minha barriga. É por isso que eu digo que o mundo está perdido, as velhinhas de hoje em dia falam porra, ficam secando as moças na rua e dê graças a Deus de não ter recebido delas como despedida no ônibus um selinho.

3 comentários:

  1. É o verdadeiro apocalipse! Com direito a besta fera e tudo mais. hahahaha

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  2. Menina, mas está me saindo uma cronista do dia-a-dia excelente. Rapaz, estou com minha cara no chão. E tudo sobre um viés lésbico. "A comunidade" vai ficar maravilhada quando sair o livro. Rsrsrs!
    Não vejo a hora de sair um post sobre uma certa Tocona e sobre um certo piquenique. Rarrái!

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  3. Não tem pra onde correr Mona... eu sou gay, você é gay, o mundo é gay. Rarrái!

    (Igreja!)

    Só Santa Cíntia na causa, mermão. Ela é quem pode mais. Rsss!

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